Desamarrando-se

Ivan Flecha
Folha em Branco
Published in
2 min readJun 10, 2019

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Quando o Folha em Branco nasceu ele era um blog que pedimos para o Guilherme Tonioli criar — estávamos a todo vapor e queríamos publicar nossos escritos, pedir ajuda, estudar conjuntamente e receber críticas construtivas.

Nasceu em Wordpress, hospedado numa EC2 da AWS — lindos dias de intensa dedicação — eram tantas idéias que o turbilhão de planejamento mais parecia uma brainstorm interminável. Sim o brainstorming está morto e pensar um blog fora do Medium nos dias atuais é coisa de nicho, coisa de quem tem necessidades muito específicas, mas esse processo todo foi necessário para gestar as idéias que hoje nos movem.

Dois intercâmbios e quatro continentes depois, andamos revalidando-nos — reinterpretando nossas motivações iniciais e colocando nossa hipótese primeira contra a parede — a arte não estava dentro de nós: ela se esquiva de quem pensa tê-la. A arte é produto da devoção diária e o artista efetivo é aquele que a pratica diuturnamente.

É do artesanato de quem trabalha seus estados internos no papel que nasce a palavra-arte. É de quem encara uma folha em branco todos os dias a autoria da beleza escrita.

Livres do perfeccionismo — da preocupação com a maestria sobre o verbo, o substantivo e seus sócios — vislumbrando a autoaceitação como porta para o autoaperfeiçoamento é que o Folha em Branco passa a circular o planeta a partir de agora, convidando toda a gente que tenha atrevimento o bastante para arriscar tecer a si nas línguas que saiba.

Viva a última flor do Lácio, vivam todas as línguas já vividas, viva a escrita.

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